Vivendo entre o barco e a barraca de caniços erguida nas margens, estas populações foram estabelecendo gradativamente aglomerados, surgindo assim as aldeias Avieiras do Tejo. Pescadores, lenhadores e agricultores, os Avieiros trouxeram consigo as técnicas para a sua adaptação ao meio ambiente em causa.
Adaptaram o barco do mar para o barco do rio e construíram casas palafíticas do mesmo modo que o tinham feito na praia de Vieira de Leiria. Mas enquanto na praia a casa sobre esteios ou prumos permitia o avanço da duna com os ventos, na lezíria do Tejo a palafita construída em madeira e assente em troncos de árvores era a defesa perante as constantes cheias. As casas sobre palafitas ainda hoje visíveis qualificam uma forte imagem de identidade arquitectónica à Cultura Avieira sendo o testemunho de um modo de vida que está em vias de extinção.
O entendimento da habitação e suas tipologias variadas revelam igualmente uma evolução dos sistemas construtivos únicos no país. O abandono e a degradação das construções tornam urgentes a elaboração de medidas que visem a preservação, manutenção e reabilitação deste património arquitectónico que é parte integrante da Cultura Avieira. A Casa tal como o barco são as expressões materiais por excelência da Cultura Avieira.