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Artes de Pesca

Artes de Pesca

A comunidade avieira caracteriza-se pela dedicação regular à atividade da pesca embarcada, com uso de diversas artes de acordo com a sazonalidade das espécies piscícolas com valor económico. A importância da prática da pesca releva fundamentalmente a sua significação enquanto principal marcador simbólico e cultural da identidade avieira com um papel central na (re)produção da identidade individual e coletiva.

A pesca é praticada por homens e mulheres sobretudo em contexto familiar, em que cada elemento desempenha tarefas distintas, mas interdependentes. Presentemente a pesca avieira está vocacionada para duas espécies piscícolas principais: o sável e a lampreia. A pesca da Lampreia Petromyzon marinus, (Linnaeus 1758) e do Sável Alosa alosa (Linnaeus, 1758) é a que atualmente tem trazido mais movimento ao rio devido ao valor comercial destas espécies. A campanha da Lampreia começa em Janeiro e termina em fins de Abril, altura em que começa a época do Sável.

Assim, as principais artes de pesca actualmente em uso na pesca avieira, são aquelas associadas à pesca de sável, lampreia, enguia e fataça, a saber: a savara, a sabogar, e o galricho.

SAVARA

Denominação: Tresmalho

Função: Pesca do Sável

Matéria: Plástico; fio de nylon.

Dimensões aprox. (cm): altura: 250; comprimento: 1200

Descrição: Rede de tresmalho de secção retangular quando lançada e pronta para pescar, constituída por três panos de diferente malhagem, mantido em posição vertical devido a forças opostas produzidas por cabos de flutuação (ou de bóias) e cabo de lastros (ou de chumbos). A rede é composta por diversas peças, cada uma com comprimento de 25 metros, ficando com um comprimento total de entre os 100 e os 125 metros, dependendo do leito do rio onde é lançada. É um objeto constituído por três redes sobrepostas, em fio de nylon monofilar, a do meio com a malhagem mais curta do que as duas exteriores. As duas redes de malhagem maior são chamadas de albitanas, e medem de nó a nó na vertical 120 milímetros, com a malha estendida. A altura da testa da rede é de 2,5 metros, tendo em conta que o corpo da rede é de maior dimensão. Este diferencial nas medidas justifica-se pela existência neste tipo de redes de uma "saia" da rede que aumenta a eficácia da arte. A "tralha das bóias" tem flutuadores cilindriformes, de plástico, perfurados no centro pela linha da tralha e apresentam uma distância irregular. A "tralha dos chumbos" apresenta os lastros dispostos irregularmente ao longo da tralha. Os lastros são feitos de chapas de chumbo, entralhados no cabo do lastro. A bóia-baliza é elemento de conjunto desta arte de pesca e consiste numa base quadrangular formada por placas de cortiça e/ou esferovite. As cortiças são fixadas umas às outras por pinos, normalmente de madeira. Os segmentos servem de assento à lanterna para a pesca noturna.

 

SABOGAR

Denominação: Tresmalho

Função: Pesca da Lampreia, Saboga e Fataça

Matéria: Plástico; fio de nylon.

Dimensões aprox. (cm): altura: 250; comprimento: 1200

Descrição: Rede de tresmalho de secção rectangular quando lançada e pronta para pescar, constituída por três panos de diferente malhagem, mantido em posição vertical devido a forças opostas produzidas por cabos de flutuação (ou de bóias) e cabo de lastros (ou de chumbos). A rede é composta por diversas peças, cada uma com comprimento de 25 metros, ficando com um comprimento total de entre os 100 e os 125 metros, dependendo do leito do rio onde é lançada. É um objeto constituído por três redes sobrepostas, em fio de nylon monofilar, a do meio com a malhagem mais curta do que as duas exteriores. As duas redes de malhagem maior são chamadas de albitanas, e medem de nó a nó na vertical 70 milímetros com a malha estendida. A altura da testa da rede é de 2,5 metros, tendo em conta que o corpo da rede é de maior dimensão. Este diferencial nas medidas justifica-se pela existência neste tipo de redes de uma "saia" da rede que aumenta a eficácia da arte. A "tralha das bóias" tem flutuadores cilindriformes, de plástico, perfurados no centro pela linha da tralha e apresentam uma distância irregular. A "tralha dos chumbos" apresenta os lastros dispostos irregularmente ao longo da tralha. Os lastros são feitos de chapas de chumbo, entralhados no cabo do lastro. A bóia-baliza é elemento de conjunto desta arte de pesca e consiste numa base quadrangular formada por placas de cortiça e/ou esferovite. As cortiças são fixadas umas às outras por pinos, normalmente de madeira. Os segmentos servem de assento à lanterna para a pesca noturna. Há também outros “aparelhos de sabogar”, com malha mais larga, de 100 mm a 110 mm para apanhar a saboga maior, que apesar de uma malha mais comprida é eficaz porque a rede não fica tão visível ao peixe.

 

GALRICHO

Função: Pesca da Enguia

Matéria: Plástico; fio de nylon. Madeira de marmeleiro Dimensões aprox. (cm): altura: 40; largura: 50; comprimento: 90;

Descrição: o galricho é constituído por uma estrutura composta por um arco de madeira de marmeleiro, o “aeco da boca” e por três aros em plástico ou arame zincado na qual é montada uma manga de rede de nylon multifilar de cor vermelha, que quando aberta e em contexto de uso tem um formato cónico. O arco, que constitui a extremidade de maior diâmetro, forma a abertura da manga de rede. Em seguida são dispostos os aros de diâmetros decrescentes. O objecto fecha num nó feito com a própria rede, terminando num vértice designado por rabicho. O arco exibe uma malha larga em forma de losango que serve para dificultar a saída do peixe, auxiliado pela correnteza da maré que se apresenta em sentido contrário à abertura da armadilha. No interior da manga de rede são visíveis dois sacos de rede de formato tronco-cónico, com abertura para o lado da entrada e para o lado do rabicho. Os sacos, colocados um a seguir ao outro, são mantidos abertos e direitos quando a arte está lançada através de um conjunto de linhas, chamadas “ancorinhas”, fixadas à zona do rabicho. A rede é feita pela mulher e o entralhamento e a montagem da arte é feito pelo pescador. Em contexto de uso, quando está lançada, esta arte de pesca é mantida contra a corrente, isto é, a corrente vai na direção do pano do meio ou da boca do galricho. A arte é fixa no fundo do rio, com o auxílio das rabeiras, duas varas de madeiras locais, caso do salgueiro, por exemplo, mais ou menos compridas consoante os locais de pesca. As varas são acopladas às artes através presilha, pequena peça de corda, fixa aos extremos do galricho. O tamanho dos galrichos varia consoante o local onde são destinados, sendo de pequenas dimensões os usados para pescar nas raízes dos salgueiros, local de refúgio das espécies alvo desta arte. Em contexto de uso, quando está lançada, esta arte de pesca é mantida contra a corrente, isto é, a corrente vai na direção do pano do meio ou da boca do galricho, sendo assim fundamental o conhecimento das marés para a eficácia deste tipo de pesca.

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